Catedrais e santuários do mundo também farão abertura da Porta Santa, no dia 13 de dezembr
Amanhã, 8 de dezembro, Festa da
Imaculada Conceição, o papa Francisco abrirá, oficialmente, o Jubileu
Extraordinário da Misericórdia, que tem como lema “Sede misericordiosos
como o Pai”. O Ano Santo concluirá em novembro de 2016. Em mensagem por
ocasião do Jubileu da Misericórdia, o papa recorda que a abertura da
Porta Santa é um gesto de acolhimento a todo o povo de Deus.
"Para
viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve
peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada catedral ou nas igrejas
estabelecidas pelo bispo diocesano, e nas quatro basílicas papais em
Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão", explicou
Francisco.
Na carta, o papa desejou que o Ano Santo seja vivido com profundo sentimento de arrependimento dos pecados e reconciliação. "O
perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido,
sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da
Confissão para obter a reconciliação com o Pai. Também por este motivo,
não obstante qualquer disposição em contrário, decidi conceder a todos
os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de
aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes
seja perdoado", disse.
Confira a íntegra da mensagem:
A proximidade do Jubileu Extraordinário
da Misericórdia permite-me focar alguns pontos sobre os quais considero
importante intervir para consentir que a celebração do Ano Santo seja
para todos os crentes um verdadeiro momento de encontro com a
misericórdia de Deus. Com efeito, desejo que o Jubileu seja uma
experiência viva da proximidade do Pai, como se quiséssemos sentir
pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore e
assim o testemunho se torne cada vez mais eficaz.
O meu pensamento dirige-se, em primeiro
lugar, a todos os fiéis que em cada Diocese, ou como peregrinos em Roma,
viverem a graça do Jubileu. Espero que a indulgência jubilar chegue a
cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai
ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo
completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência os
fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa,
aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo
diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo
desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa
obter a indulgência nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia
e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. É
importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao
Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma
reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas
celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas
intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro.
Penso também em quantos, por diversos
motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo
os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em
condições de não poder sair de casa. Para eles será de grande ajuda
viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao
Senhor que no mistério da sua paixão, morte e ressurreição indica a via
mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança
jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando
na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários
meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência
jubilar. O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que
experimentam a limitação da sua liberdade. O Jubileu constituiu sempre a
oportunidade de uma grande amnistia, destinada a envolver muitas
pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência
da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na
sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A todos eles chegue
concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais
necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres poderão obter a
indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela,
dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para
eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz
de mudar os corações, consegue também transformar as grades em
experiência de liberdade.
Eu pedi que a Igreja redescubra neste
tempo jubilar a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e
espirituais. De fato, a experiência da misericórdia torna-se visível no
testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus nos ensinou. Todas
as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá
sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de
misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela
força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de
uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e
vivido com fé, esperança e caridade.
Enfim, a indulgência jubilar pode ser
obtida também para quantos faleceram. A eles estamos unidos pelo
testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos
na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da
comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do
Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na
beatitude sem fim.
Um dos graves problemas do nosso tempo é
certamente a alterada relação com a vida. Uma mentalidade muito
difundida já fez perder a necessária sensibilidade pessoal e social pelo
acolhimento de uma nova vida. O drama do aborto é vivido por alguns com
uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal
que um gesto semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo
vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a
percorrer. Penso, de maneira particular, em todas as mulheres que
recorreram ao aborto. Conheço bem os condicionamentos que as levaram a
tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei
muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta
escolha sofrida e dolorosa. O que aconteceu é profundamente injusto;
contudo, só a sua verdadeira compreensão pode impedir que se perca a
esperança. O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja
arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do
Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai. Também por
este motivo, não obstante qualquer disposição em contrário, decidi
conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de
absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de
coração, pedirem que lhes seja perdoado. Os sacerdotes se preparem para
esta grande tarefa sabendo conjugar palavras de acolhimento genuíno com
uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um
percurso de conversão autêntica para conseguir entender o verdadeiro e
generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença.
Uma última consideração é dirigida aos
fiéis que por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas
oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Este Ano Jubilar
da Misericórdia não exclui ninguém. De diversas partes, alguns irmãos
Bispos referiram-me acerca da sua boa fé e prática sacramental, porém
unida à dificuldade de viver uma condição pastoralmente árdua. Confio
que no futuro próximo se possam encontrar soluções para recuperar a
plena comunhão com os sacerdotes e os superiores da Fraternidade.
Entretanto, movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis,
estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da
Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da
Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam
validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados.
Confiando na intercessão da Mãe da Misericórdia, recomendo à sua proteção a preparação deste Jubileu Extraordinário.
fonte :http://www.cnbb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17783:ano-santo-motivara-busca-pelo-sacramento-da-confissao&catid=147&Itemid=185