quarta-feira, 8 de maio de 2013

Semana Santa

Muito Santa




    A Semana Santa na Matriz São Geraldo foi marcada por grandes celebrações e momentos de fé na Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, centro da fé cristã. Sob a presidência do pároco Pe. Júlio César, milhares de fiéis acompanharam e viveram fervorosos, verdadeiras e profundas experiências de fé.



Hosana, Viva o nosso Rei



     O Domingo de Ramos recordou a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, revivida com uma solene Missa campal iniciada na esquina das ruas Engenho da Pedra com Angélica Mota e Alfredo Barcelos. Ali, já com uma multidão de fiéis empunhando ramos, o Pe. Júlio iniciou o ofício com a bênção dos ramos.

      Cânticos, aclamações, louvores marcaram a procissão até à Praça em frente à Escola Berlim, onde a Santa Missa foi dirigida pela juventude da Matriz – tema da Campanha da Fraternidade deste ano – e animada por uma banda musical formada por jovens da Matriz e com participação especial dos jovens da Paróquia Santo André (S. Cristóvão), os apóstolos representados pelo Ministério Jovem com tochas nas mãos e as crianças da Catequese também fizeram parte da encenação, onde sentimentos de comoção e alegria tomaram conta da multidão ao acompanhar o sacerdote montado num jumentinho, fazendo memória ao relato bíblico.

      

Via-Sacra Viva


       Na Segunda-Feira Santa, após a Missa da Luz, celebrada em sufrágio dos entes queridos falecidos, iniciou-se a Caminhada da Cruz, revivendo a Via- Sacra de Jesus encenada pelo Ministério Jovem da Matriz. Pelas ruas da comunidade, o Senhor Jesus, seus apóstolos, Pilatos, soldados romanos, Nossa Senhora e as mulheres que os acompanhavam, muito bem representados pelos jovens com figurinos adequados, imprimiram verdade na agonia do Senhor a caminho do Calvário.

       Paulo Leite, de 19 anos, que aguarda o início do curso de Letras na Universidade, representava Jesus pelo segundo ano consecutivo. Ele emocionou a todos com sua interpretação convincente.

       “É uma honra muito grande, a oportunidade de passar para as pessoas, o quanto Jesus sofreu – comentou o jovem que quer tentar a carreira artística.”



 Ofício de Trevas



       Uma das celebrações mais ricas e antigas da Igreja Católica é a celebração do Ofício de Trevas. Momento de oração e contemplação quando na meditação dos salmos cada uma das velas de um grande e lindo candelabro artístico posto diante do altar e produzido na cidade de São João del Rei em Minas Gerais, foram sendo apagadas. Iniciando com todas as luzes do Templo acesas, ao final as trevas tomaram conta da humanidade pela negação e o abandono ao Senhor.

       Momento único e belo quando o sacerdote toma o manto vermelho e carrega uma grande cruz pelo templo, tombando por três vezes com a mesma, lembrando as quedas de Jesus. Há tempos que nossa Paróquia não dispunha de momento tão forte e íntimo com o Senhor!

       Em tudo isso, é a própria agonia de Cristo que continua e se prolonga na vida dos homens e mulheres sofredoras, discriminados, excluídos da sociedade. A esperança se renovou ao reingressar no templo a última vela (significando Cristo Luz do Mundo).

       “E esta Luz é a verdadeira Luz, que ilumina todo homem, ilumina todo alguém!”




O Sofrido Encontro


      Na Quarta-feira Santa meditamos os olhares da Mãe e do Filho. Matriz e Capela conduzidas pelo pároco Pe. Júlio Cesar e vigário Pe. Eufrázio Luiz, levaram andores do Senhor dos Passos e da Virgem das Dores por dezenas de fiéis em procissão pelas ruas de Olaria e Penha, rumo à Praça em frente ao posto XI.

      Como acontece no mundo inteiro, o povo se uniu em oração ao cântico da Ave-Maria entoado pela dona Cleusa Malheiros (Coral) e preces conduzidos por Eliana Soares e Giovanni Vita (Grupo de Oração). Um Encontro cheio de emoção e consternação, acompanhado da reflexão das últimas palavras de Jesus.

      


Quinta-Feira do Amor


       A Santa Missa neste dia em que a Igreja celebra a instituição do Sacerdócio ministerial e da Eucaristia, no contexto da última Ceia e do Lava-Pés realizado por Jesus com seus apóstolos, antes de sua Paixão e Morte, teve início às 19h30m.

       O coral da Matriz entoou os cantos. As sagradas leituras nos falaram sobre a ceia vetero e neo-testamentária. O Evangelho proclamado pelo nosso Diácono Júlio Cesar nos convidou a perpetuar a memória do Senhor. O templo sagrado estava repleto e lindamente ornado com flores e paramentos festivos.

Em sua homilia, o sacerdote Pe. Júlio Cesar, afirmou que “a Páscoa não é só o domingo, mas todo o tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus”. Lembrou ainda que “o próprio Jesus ao dizer na última Ceia: “Isto é o meu Corpo, isto é o meu Sangue”, não se trata de encenação ou representação, mas presença viva, entrega real”. E ainda: “Hoje é uma noite duplamente feliz, porque Cristo fez de seus apóstolos os ministros de sua misericórdia. Dádiva do próprio Senhor que instituiu e nos confiou os sacramentos da Eucaristia e da Ordem, fortemente unidos.” Atualmente é o sacerdote quem nos dá o próprio Jesus no santíssimo sacramento do altar.

Durante a homilia do pároco, inflamada pelo Espírito Santo, veio à mente as palavras de Santo Agostinho: “que aquele que fala, fale de tal modo que aquele que ouve, ouvindo creia, crendo espere e esperando ame”.

Fortes as palavras da pregação, afirmando: “Jesus nos deixou o grande exemplo de quem é Mestre, de quem é Poderoso, de quem é Rei, despindo-se de seu manto, ajoelhou-se, lavou os pés de seus próprios seguidores: Ele serviu”.

Neste ano de Jornada Mundial da Juventude os apóstolos foram representados por jovens de nossa comunidade. Após a missa, o Santíssimo Sacramento, foi trasladado para o salão paroquial a fim de lá ser adorado pelos fieís e guardado num novo e belo tabernáculo artístico talhado em madeira e douramentos, lembrando a Arca da Aliança e o cenário da vinha do Senhor.




Tarde da Entrega e a Noite do Silêncio


A Tarde da Paixão iniciou com a procissão de entrada num silêncio total, com o templo desnudo, luzes apagadas e a ausência de cantos. A prostração do celebrante e a cor litúrgica vermelha dos paramentos recordaram o sangue de Cristo derramado por nós. Era 15h, mesma hora que Jesus deu seu último suspiro e morreu na cruz.

Em sua homilia, Pe. Júlio disse: “Nesta tarde, parece que o pecado triunfou, parece que Deus morreu definitivamente... Nada que se fale pode descrever a grandeza deste mistério de amor... É preso na cruz que Jesus é plenamente livre, pois, em sua obediência total ao Pai nos liberta das amarras do pecado! A cruz é o atestado da nossa salvação! Somos a Igreja da cruz!”

Na liturgia deste dia, a Igreja elevou Preces Universais pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pelo povo judeu, pelos que não crêem no Cristo, pelos que não crêem em Deus, pelos poderes públicos e por todos aqueles que sofrem. A celebração prosseguiu com a adoração à Santa Cruz: reverência à ao Sagrado Lenho no qual pendeu a salvação do mundo, a nova árvore da vida cujo fruto é o próprio Cristo crucificado. Destacamos ainda, a exposição em nossa Matriz da réplica do cravo que crucificou Jesus vinda de Jerusalém.

Depois do Ato Litúrgico, centenas de fiéis em procissão luminosa pelas ruas do bairro, com as imagens de Nossa Senhora das Dores e do Senhor Morto, silenciou Olaria. O cortejo passou pelas ruas Leopoldina Rego, Antônio Rego, Eleutério Mota, Noemia Nunes, Angélica Mota e Silva e Souza.

O silêncio da procissão era comovente, singular e impactava a todos pelo caminho. Uma procissão diferente: sem cânticos, orações e louvores; apenas um silêncio profundo e orante. Todos respeitaram a manifestação religiosa. O bairro de Olaria está de parabéns pelo respeito à manifestação da fé católica nesta Semana Santa. Até aqueles que observaram pelas janelas de suas casas ou de seus portões sentiram e entenderam o significado daquele silêncio: ficamos sem o Mestre!

Ao término do cortejo já de volta à Matriz, na penumbra que as luzes das velas criavam, o templo lotado com o povo de Deus, a reverência às imagens e a meditação do Ofício das Leituras conduzida pelo Pe. Júlio Cesar, Diác. Júlio Cesar e o Seminarista Renato Britto.


A Expectativa e o Grande Aleluia



       O Sábado Santo iniciou cedo na Matriz com a celebração da Soledade de Nossa Senhora: pela manhã fomos convidados a estarmos ao lado da Mãe e refletir as sete dores de Maria. Sete mulheres vestidas de preto traziam em almofadas as sete espadas que eram fincadas no Coração de Maria: uma bela obra de arte talhada em madeira maciça e decorada com espinhos e folha de ouro. Nosso pároco nos conduziu a um forte momento de oração em cada uma das meditações das dores, atualizando e unindo a dor de cada mulher, de cada mãe hoje ao Coração da Virgem das Dores.

A expectativa pela Grande Vigília e a proclamação da Páscoa do Senhor foi iniciada com a cerimônia à porta de entrada do templo, para a bênção do fogo e da luz. O celebrante Pe. Julio César neste dia luminoso, abençoou também as novas instalações de iluminação da fachada e laterais externas de nossa Igreja, com apoio reconhecido a RioLuz da Prefeitura do Rio, bem como a gratidão pela intercessão da Ver. Rosa Fernandes. O Círio Pascal foi aceso, iluminando todo o templo, assim como Cristo Luz do Mundo que dissipa com seu “sim” o “não” das trevas da humanidade. As sete leituras e salmos foram bem proclamados e entoados pela nova banda formada por jovens e salmistas da comunidade. A água batismal que foi abençoada neste dia foi distribuída depois a todos os fiéis junto com a oração de bênção pascal dos lares no domingo de Páscoa. A proclamação do “Exultet” foi entoada pelo Diácono Júlio César e as leituras nos levaram a compreensão da história da salvação: a páscoa como nova criação. O templo continuou com as luzes apagadas até o Hino de Louvor, quando entraram os anjos anunciadores da Ressurreição através da apresentação de expressão corporal do nosso Ministério Jovem. Os sinos repicaram, o espaço litúrgico foi todo ornado não só pelas luzes acesas, mas muitos arranjos de flores, imagens descobertas, altar revestido, brados de louvor e vitória com o grande Aleluia da Ressurreição. Ao término da celebração, quando a chuva parou, Pe. Júlio expôs o Santíssimo Sacramento num novo e imenso ostensório sobre a Arca da Quinta-Feira Santa conduzida em procissão pelo povo que voltou às ruas, entre fogos de artifício, estalinhos, aplausos e cânticos, para dar a alegre notícia ao bairro: “O Senhor verdadeiramente ressuscitou!”





A Páscoa da Ressurreição Celebrada



      O raiar do novo sol e do novo dia surgiu com a manhã da Ressurreição e a certeza do sepulcro vazio! O Domingo de Páscoa começou cedo em nossa Matriz, com as três Missas dominicais repletas de fiéis.  Em todas as missas, foram apresentados no ofertório os símbolos pascais. Na missa das crianças às 9h, se refletia a alegria da garotada ao trazer seus ovos de páscoa para serem abençoados. 

      O Pe. Júlio César abriu a cerimônia anunciando: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” Lembrou ainda em sua homilia que, aquele era o primeiro dia da semana e o primeiro de nossas vidas. “A fé cristã nasceu neste dia! A cada domingo celebramos nossa Páscoa semanal, a certeza que a vida venceu a morte!” E ainda, “a ressurreição de Cristo é, também, a garantia da nossa ressurreição. Somos bem-aventurados por contemplar com os olhos da fé, o Cristo vivo na Eucaristia”.

         Ao final da missa, o pároco Pe. Júlio Cesar fez um emocionado agradecimento a todos os fiéis pelas belas Celebrações e a participação de todos na Semana Santa de 2013 da Matriz São Geraldo. De modo especial, a todos os dizimistas e benfeitores que nos proporcionaram muitos símbolos e sinais vistos.

         Vimos e vivemos nesta Semana o Amor que estava presente nas mãos que lavaram os pés, que repartiram o pão, que se deixaram crucificar e ressuscitar gloriosamente por Amor.

          Em todas as celebrações da semana santa, podia-se observar a participação contrita do senhor Francisco, o português da padaria. Nascido em Portugal, antes de vir para o Brasil ele morou na França e foi coroinha. Fiel freqüentador há muitos anos de nossa paróqi=uia, ele disse que se sentia “renovado”, por ter participado das celebrações na Matriz São Geraldo. “No ano passado eu não participei.  Este ano devido a altos e baixo na vida me levaram a participar e fazer Jejum pela primeira vez em 52 anos de idade. Sinto-me com o coração em paz”, disse, representando cada um dos milhares de fiéis  que prestigiaram a Semana Santa na Matriz São Geraldo.

                     

          (Dráusio Lázaro, Dayane Duarte e Luzia Salles)

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